18 março 2014

Maturidade: Virtude do desenvolvimento ou corrupção dos costumes?

Sentidos manipulados, adoecidos, corrompidos, amortecidos... Sociedade cega, surda, muda... Incapaz de reagir à destruição de si própria, escravizada pela vaidade, egoísmo (ego). Vivenciando uma realidade que adoece a alma; e que promove uma desarmonia do homem em seu universo íntimo. Homens vazios, distantes de si próprios, que passam a vida toda interiorizando coisas "costumes", sem questionamento de quem realmente são. Sempre atentos para se enquadrarem a um padrão, a vida vem sendo violentada de geração em geração. Distantes da auto-descoberta que nos serve de base para ordenarmos nossos desejos e necessidades, nossas virtudes tornam-se “desvirtudes”. Pois o homem contemporâneo sobrepõe à sua existência os valores materiais e aprisiona-se no mundo das imagens. O sistema político disfarçado de boas intenções aprisiona almas num estado mórbido, depressivo e devastador. Sistema este que acolhe pessoas sem preparo para governar, pessoas sem curso superior, sendo que para cargos de baixo escalão exigem-se curso universitário. Sistema contraditório, que no lugar da ordem há uma “narquia” imensa, que alimenta a desigualdade social que sangra cada dia mais com os instrumentos de competitividade que sustentam o capitalismo selvagem que é o pré-conceito, a discriminação social, racial, o moralismo laico e os interesses econômicos e políticos. A sociedade está vivendo num estado passivo e apático, enfim, o homem vive a solidão de si mesmo. Numa estabilidade mecânica, com desejos recalcados, vivendo a inconstância, a ansiedade excessiva, buscando orientação externa. Assim o vazio coletivo tende a crescer e o empobrecimento psicológico nos sujeita a viver sob autoridades destrutivas e alheias. Sendo assim pessoas sem preparo para governar, transformam as propagandas (eleitorais) políticas em comédias, onde os políticos maquiados começam o seu espetáculo vergonhoso a discursar, com promessas e mais promessas não cumpridas; compra de votos, e “ideações” que não nos preparam um futuro melhor. Estamos vivenciando um momento onde todas as nossas estruturas estão sendo abaladas, até a fé foi corrompida! Como crer e afirmar valores em uma sociedade que tem diferentes códigos de interpretação entre si? Necessitamos renovar nossos valores para a preservação da nossa espécie, das espécies e do nosso planeta. Renovação esta que inclui o amor à vida e à existência inclui o cuidado com o próximo e com o planeta, porque são nas coisas mais simples que estão contidas as nossas necessidades e realizações. Assim termino esta crônica pedindo aos governantes mais seriedades e competências, mais cuidado com o povo e que a população desperte deste sono que nos vem a embalar durante tempos. Precisamos de uma nova lei onde os candidatos ao poder tenham cursos superiores, tenham preparo e consciência para governar. Necessitamos distinguir o que é real e a realidade é que nós somos parte da natureza (fazemos parte do ciclo da vida). A verdade é que somos ligados uns aos outros, e que o nosso próximo confirma a nossa existência. Distinguir a verdade e lutar por ela é o que necessitamos, senão qual a virtude da maturidade?

Eric Med

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