18 março 2014

Quem matou Jesus?

Quem matou Jesus?


Muitas pessoas dizem que a voz do povo é a voz de Deus. Será mesmo que é verdade? A história nos mostra que as coisas não são bem assim. Numa fascinante passagem no Novo Testamento, quando Pôncio Pilatos pergunta ao povo de Jerusalém quem querem ver libertado entre Jesus de Nazaré ou Barrabás, um ladrão e assassino. O povo grita por Barrabás! Apesar de ser posto em liberdade, este acontecimento atormentou Barrabás até ao fim da sua vida. Depois de assistir ao apedrejamento até a morte da sua antiga noiva, Raquel, por acreditar em Jesus, Barrabás regressa à sua vida de furtos. Preso outra vez, é enviado para as minas de enxofre e depois para uma escola de gladiadores, onde assiste a outro amigo dar a vida pelo Nazareno. É só no fim, quando ele próprio enfrenta a crucificação, que Barrabás descobre a sua fé. O que me surpreende é como o povo se comporta hoje em dia diante desses fatos. Jesus foi traído por Judas o qual recebeu um saco de dinheiro... Jesus poderia facilmente ter sido capturado sem a ajuda de Judas. Ele havia ensinado nas sinagogas, ruas e mercados. O Seu rosto era um dos mais fáceis de ser reconhecido em todo Israel e Judá. É verdade, está claro que os perpetradores deste crime não precisavam de Judas. O fato é que eles o desprezavam. O tratavam com superficialidade, usando-o e então rapidamente deixando-o de lado. Quando se arrependeu de repente de seu ato de traição, lançando o dinheiro ao solo e gritando, "Pequei, traindo sangue inocente" (Mateus 27:4), os líderes judeus simplesmente riram dele. Judas não era necessário para o julgamento e nem também para a crucificação de Jesus. Em verdade, ele nem estava por perto em nenhum destes. Quando Cristo foi à cruz, Judas já tinha morrido, tendo cometido suicídio dentro das vinte e quatro horas após seu terrível ato. Hoje ensinamos nossos filhos a malhar o Judas, mas onde está o perdão? Ensinamos a violência! Porém cabe lembrar que o verdadeiro traidor foi à elite judaica. Jesus foi levado a Pilatos, que era o governador romano da Judéia durante o ministério terrestre de Jesus, por ordem das autoridades judaicas para ser julgado sob a acusação de que era subversivo, que defendia o não pagamento de impostos, que iria destruir o templo e que dizia ser rei, rivalizando assim com César. Por quê? A atitude de Jesus não foi exatamente pacífica. O episódio está nos Evangelhos. "Numa visita ao Templo de Jerusalém, o coração religioso da Judéia, Jesus expulsa os vendedores de animais e comerciantes instalados nos arredores. "Não faças da casa de meu Pai um mercado!” Não foi um simples "rapa" nos camelôs. Os comerciantes faziam parte da estrutura de arrecadação do Templo. Os animais eram vendidos a preços exorbitantes. Os cambistas trocavam moedas que os visitantes traziam pela única aceita pelo Templo, o "shekel". Esse dinheiro junto com os impostos cobrados de todos os judeus adultos, faziam do Templo mais do que uma igreja. Na prática era o Banco Central da Judéia, empregando em torno de 18000 homens, que administravam e guardavam imensa fortuna. Esta situação contrariava tudo o que Jesus pregava: igualdade, fraternidade, caridade, etc. O povo se curva até hoje diante da Elite Social e a culpa da grande violência social são dos excluídos.

Eric Med

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